OBRIGADO pelas suas palavras, Comandante Valente!
OBRIGADO por fazer o favor de ser meu Amigo!
O Sr. João Duarte é,
sem dúvida, uma das maiores referências na coudelaria portuguesa, uma figura
cuja dedicação e paixão pelos cavalos transcende qualquer expectativa. Quando
penso na minha primeira visita à sua casa nos Açores, sou imediatamente
transportado para um momento de puro encantamento e hospitalidade genuína, algo
que se tornou uma marca registada do seu caráter ímpar.
Na altura, cheguei aos
Açores com grandes expectativas, movido pela curiosidade e pelo desejo de
conhecer de perto o trabalho deste homem tão respeitado no mundo equestre.
Contudo, nada poderia ter-me preparado para a receção calorosa e cheia de afeto
que me aguardava. Desde o momento em que cruzei o limiar da sua casa, senti-me
não apenas um visitante, mas um amigo de longa data. O João Duarte recebeu-me
com uma cordialidade que vai além do mero cumprimento das normas de
hospitalidade. Fui agraciado com todas as mordomias e atenções que,
habitualmente, reservamos apenas para os amigos mais especiais.
A forma como fui
acolhido em sua casa foi algo que me tocou profundamente. Não se tratava apenas
da hospitalidade típica dos Açores, já por si só notável, mas de uma verdadeira
expressão de amizade e consideração. A atenção aos detalhes, a preocupação em
fazer-me sentir confortável e a generosidade com que partilhou o seu tempo e o
seu espaço comigo foram de uma nobreza rara. Esta experiência, que inicialmente
pensei ser única, revelou-se tão marcante que não pude resistir à tentação de
voltar.
De fato, foi com grande
entusiasmo que fiz o "sacrifício" de regressar aos Açores, numa
segunda visita dedicada exclusivamente à coudelaria do João Duarte. Recordo-me
do seu sorriso orgulhoso ao apresentar-me cada cavalo, cada recanto da sua
propriedade. O brilho nos seus olhos ao falar dos seus animais era evidente,
refletindo a profunda ligação que tem com eles. Cada cavalo, para ele, não é
apenas um animal, mas um ser com alma, com uma história, uma extensão da sua própria
identidade.
O João Duarte é um
homem sério, honesto, e de uma integridade que, nos dias que correm, é cada vez
mais rara. É um exemplo de dedicação e paixão pela coudelaria, atributos que
fazem dele uma referência no mundo equestre. No entanto, ser uma pessoa de tão
grande caráter e princípios, infelizmente, também o torna alvo fácil para
aqueles que, por vezes, procuram tirar proveito da sua bondade. É triste
constatar que alguns se aproveitam da sua generosidade e confiança, mas tal é a
realidade que, inevitavelmente, acompanha as pessoas de coração nobre.
No entanto, é
importante salientar que, apesar de todas as dificuldades e injustiças, o João
Duarte nunca perdeu a sua essência.
Continua a ser o homem
íntegro e apaixonado que sempre foi, alguém que se dedica de corpo e alma
àquilo que ama e que, mesmo diante das adversidades, mantém sempre uma
determinação e um entusiasmo contagiantes. A sua resiliência é algo admirável,
e a maneira como lida com os desafios que a vida lhe impõe é um exemplo a
seguir, enfrentando as dificuldades com uma dignidade e uma serenidade que só
os grandes homens possuem.
Apesar de todas as
qualidades que o tornam único, é triste reconhecer que, ultimamente, não tenho
conseguido visitá-lo com a frequência que ele merece, especialmente agora, que
está a passar por problemas de saúde que o têm apoquentado. No entanto, as
minhas ausências não significam que o tenha esquecido, muito pelo contrário.
Tenho-o sempre presente nos meus pensamentos e no meu coração, e sei que é uma
questão de tempo até que possa compensá-lo por todas as visitas que lhe devo.
Prometo que muito em
breve voltarei a visitá-lo, não apenas para matar saudades, mas para expressar,
pessoalmente, o quanto a sua amizade e hospitalidade significam para mim. A
nossa ligação é muito mais do que uma simples amizade; é uma relação construída
com base no respeito mútuo, na admiração e na partilha de valores que ambos
prezamos. O João Duarte é, sem sombra de dúvida, um homem extraordinário, cujo
legado na coudelaria portuguesa permanecerá para sempre gravado na história e
na memória daqueles que tiveram o privilégio de o conhecer e de aprender com
ele.
Ao recordar as minhas
visitas aos Açores, não posso deixar de me sentir profundamente grato por todas
as experiências que o João Duarte me proporcionou. Ele não só me abriu as
portas da sua casa, como também do seu coração. As horas que passámos juntos, a
percorrer a sua coudelaria, a conversar sobre os cavalos e sobre a vida, são
memórias que guardarei para sempre com grande carinho. A sua sabedoria, o seu
conhecimento profundo sobre a coudelaria e, acima de tudo, a sua paixão, são
algo que me inspira profundamente e que me faz querer ser uma pessoa melhor.
O João Duarte é o tipo
de pessoa que deixa uma marca indelével na vida de quem o conhece. A sua
dedicação, não só à coudelaria, mas também aos seus amigos e à sua família, é
algo verdadeiramente admirável. Ele é um homem de princípios, cuja palavra é
sempre fiável e cujo caráter é inquestionável. Mesmo nos momentos mais
difíceis, ele mantém-se firme e fiel aos seus valores, uma qualidade que,
infelizmente, nem sempre é reconhecida como deveria ser.
É com um sentimento de
profunda admiração e gratidão que escrevo estas palavras sobre o João Duarte. Ele
é, sem dúvida, uma das pessoas mais extraordinárias que já tive o prazer de
conhecer, e sinto-me verdadeiramente afortunado por poder chamá-lo de amigo. A
sua coudelaria é um reflexo de tudo o que ele representa: dedicação, paixão, e
uma busca constante pela excelência. Cada visita que fiz à sua propriedade foi
uma lição de vida, uma oportunidade de aprender e de crescer, tanto no plano
pessoal quanto no profissional.
Ao concluir este texto,
faço questão de reiterar o meu compromisso de voltar a visitá-lo em breve. Sei
que estas palavras não substituem a presença física, mas espero que sirvam como
um pequeno testemunho do grande apreço e respeito que tenho pelo João Duarte. A
sua amizade é um tesouro que valorizo imensamente, e estou determinado a fazer
tudo o que estiver ao meu alcance para compensar as ausências dos últimos
tempos. Afinal, pessoas como ele são raras, e merecem todo o nosso
reconhecimento e carinho.
João Duarte,
agradeço-lhe por todas as boas memórias, por todas as lições e, sobretudo, por
ser quem é: um verdadeiro exemplo de nobreza, generosidade e dedicação. Que a
sua saúde melhore rapidamente, e que possamos, em breve, voltar a partilhar
aqueles momentos especiais que sempre fizeram das nossas visitas algo tão
significativo e memorável. Até breve, com a promessa de que as próximas visitas
serão tão ricas e gratificantes como sempre foram.
António Valente