quarta-feira, 20 de novembro de 2024
sexta-feira, 8 de novembro de 2024
O legado e a paixão: a alegria de criar e selecionar cavalos em Portugal
A criação e seleção de cavalos em Portugal é um privilégio e uma tradição que remonta a séculos, refletindo uma ligação profunda entre o homem e o cavalo. Portugal é conhecido mundialmente pela sua raça autóctone, o cavalo Lusitano, e criar e selecionar cavalos aqui é um ato que envolve não só paixão e respeito, mas também o desejo de preservar e aprimorar uma herança genética que está entre as mais valorizadas no mundo e que define uma parte da cultura e identidade portuguesa.
A tradição equestre em Portugal é muito mais do que um desporto ou uma atividade recreativa, é parte da história e da nossa identidade cultural. O cavalo Lusitano, uma das mais antigas raças de sela do mundo, remonta a milhares de anos e já era valorizado pelos romanos e celtas. Com uma aparência elegante, força e agilidade, é conhecido por sua destreza e versatilidade, características que o tornaram a escolha natural para os campos de batalha, touradas e para a equitação clássica.
Criar e selecionar cavalos em Portugal não é apenas um processo técnico, mas um compromisso em perpetuar estas qualidades. Desde o século XVIII, quando a Coudelaria de Alter foi estabelecida para preservar e desenvolver a raça, os criadores portugueses têm sido zelosos guardiões desta linhagem. A felicidade de poder criar e selecionar cavalos em Portugal reside exatamente nesta continuidade, na possibilidade de contribuir para o legado que valoriza características únicas como a bravura, a obediência e a docilidade do cavalo.
A sua criação e seleção envolve uma combinação de arte e ciência. Cada cavalo é o resultado de gerações de cruzamentos pensados para acentuar características desejáveis, exigindo um conhecimento profundo da genética, da conformação física e das aptidões mentais e emocionais de cada animal. Em Portugal, os criadores experientes observam e estudam os cavalos desde o nascimento, reconhecendo no potro os traços que indicam um futuro promissor. A capacidade de identificar um cavalo de qualidade desde cedo é quase intuitiva para muitos criadores portugueses, algo que nos foi transmitido de geração em geração.
O processo de seleção é rigoroso, pois nem todos os animais nascidos terão as qualidades desejadas para reprodução. Os criadores procuram características que definem o cavalo, como a força nas articulações, a flexibilidade e a harmonia dos movimentos, além de uma mentalidade equilibrada e focada. Selecionar o cavalo certo é uma decisão que tem impacto direto na continuidade das características da raça, sendo uma responsabilidade que os criadores portugueses levam muito a sério.
O Lusitano é conhecido hoje como um cavalo de elite, particularmente na arte da equitação clássica e no desporto equestre, como o dressage, o trabalho com o gado ou o toureio. No entanto, o seu papel no mundo moderno vai além de sua performance atlética, trata-se de um símbolo da tradição e da cultura portuguesa, e a sua criação é uma forma de preservar uma herança nacional.
Participar de competições internacionais com cavalos Lusitanos significa levar um pouco de Portugal ao mundo, mostrando a excelência e o cuidado que se tem com esta raça. O orgulho que os criadores sentem ao ver um cavalo a destacar-se em arenas internacionais é enorme, pois representa não apenas o seu trabalho meticuloso, mas também a força de uma cultura que valoriza a beleza, a bravura e a elegância do cavalo. Criar e selecionar Lusitanos em Portugal é, portanto, um meio de contribuir para a continuidade dessa linhagem e para a difusão do património cultural português no cenário global.
Criar e selecionar cavalos não é um trabalho fácil; é uma atividade que exige dedicação, conhecimento e paciência. Os custos de manter uma coudelaria são elevados, desde a alimentação e cuidados veterinários até aos custos de participação em competições e exposições. Além disso, o processo de seleção exige decisões difíceis, uma vez que nem todos os animais poderão ser usados para reprodução ou para competições. No entanto, a recompensa de ver um cavalo nascido e criado numa coudelaria portuguesa a brilhar numa arena compensa os desafios.
Há uma enorme satisfação em acompanhar o crescimento e o desenvolvimento de cada cavalo. Ver um potro crescer e transformar-se num cavalo adulto com as qualidades desejadas, e que possa representar a coudelaria e o país em competições, é um orgulho para os criadores. É também uma experiência de aprendizagem contínua, pois cada geração de cavalos traz novas lições e desafios. Criar cavalos em Portugal é, portanto, uma vocação que exige amor pela raça e um forte compromisso com a qualidade e com o respeito pela linhagem.
A criação de cavalos em Portugal tem igualmente um impacto significativo na economia e no turismo. O país é um destino privilegiado para aficionados equestres de todo o mundo, que visitam para conhecer as coudelarias, assistir a espetáculos de tourada ou competições de dressage e aprender com os mestres portugueses. A indústria equestre em Portugal gera empregos e atrai visitantes, contribuindo para a economia local e para a preservação do meio rural.
Além disso, os cavalos portugueses são exportados para diversos países, onde são apreciados pelas suas qualidades inigualáveis. A exportação de cavalos de alta qualidade não só ajuda a economia, mas também eleva o nome de Portugal no mercado global de cavalos, consolidando a reputação do país como um dos principais produtores de cavalos de alta performance. A criação de cavalos em Portugal é, portanto, uma atividade que beneficia a economia, promove o turismo e ajuda a preservar o mundo rural.
A felicidade de criar e selecionar cavalos em Portugal vai além do lucro financeiro ou do reconhecimento. Para os criadores, há uma realização pessoal em ver o resultado do seu trabalho, em contribuir para a continuidade de uma raça tão especial e em manter viva a tradição equestre. O convívio diário com os cavalos, a oportunidade de observar as suas diferentes personalidades e de criar laços com eles são experiências enriquecedoras que oferecem uma sensação única de realização.
Os criadores portugueses sentem que fazem parte de algo maior, algo que transcende gerações. O cavalo Lusitano não é apenas um animal; é um símbolo de uma cultura e de uma história que remonta a tempos imemoriais. A alegria de criar e selecionar cavalos em Portugal está, portanto, enraizada num profundo respeito pela tradição e num amor pela raça, que é considerado um dos tesouros nacionais.
Podemos concluir que a criação e seleção de cavalos em Portugal é uma atividade que representa a fusão de tradição, paixão e dedicação. Os criadores não apenas contribuem para a preservação de uma das raças mais antigas e nobres do mundo, mas também desempenham um papel crucial na promoção da cultura e do património português a nível global. Os desafios são muitos, mas as recompensas em ver o resultado do trabalho e em contribuir para a continuidade da raça Lusitana são inestimáveis. Criar e selecionar cavalos em Portugal é, portanto, mais do que uma profissão — é uma verdadeira vocação, e a felicidade em poder participar deste legado é incomparável.
António Valente
segunda-feira, 2 de setembro de 2024
segunda-feira, 19 de agosto de 2024
OBRIGADO pelas suas palavras, Comandante Valente!
OBRIGADO por fazer o favor de ser meu Amigo!
O Sr. João Duarte é,
sem dúvida, uma das maiores referências na coudelaria portuguesa, uma figura
cuja dedicação e paixão pelos cavalos transcende qualquer expectativa. Quando
penso na minha primeira visita à sua casa nos Açores, sou imediatamente
transportado para um momento de puro encantamento e hospitalidade genuína, algo
que se tornou uma marca registada do seu caráter ímpar.
Na altura, cheguei aos
Açores com grandes expectativas, movido pela curiosidade e pelo desejo de
conhecer de perto o trabalho deste homem tão respeitado no mundo equestre.
Contudo, nada poderia ter-me preparado para a receção calorosa e cheia de afeto
que me aguardava. Desde o momento em que cruzei o limiar da sua casa, senti-me
não apenas um visitante, mas um amigo de longa data. O João Duarte recebeu-me
com uma cordialidade que vai além do mero cumprimento das normas de
hospitalidade. Fui agraciado com todas as mordomias e atenções que,
habitualmente, reservamos apenas para os amigos mais especiais.
A forma como fui
acolhido em sua casa foi algo que me tocou profundamente. Não se tratava apenas
da hospitalidade típica dos Açores, já por si só notável, mas de uma verdadeira
expressão de amizade e consideração. A atenção aos detalhes, a preocupação em
fazer-me sentir confortável e a generosidade com que partilhou o seu tempo e o
seu espaço comigo foram de uma nobreza rara. Esta experiência, que inicialmente
pensei ser única, revelou-se tão marcante que não pude resistir à tentação de
voltar.
De fato, foi com grande
entusiasmo que fiz o "sacrifício" de regressar aos Açores, numa
segunda visita dedicada exclusivamente à coudelaria do João Duarte. Recordo-me
do seu sorriso orgulhoso ao apresentar-me cada cavalo, cada recanto da sua
propriedade. O brilho nos seus olhos ao falar dos seus animais era evidente,
refletindo a profunda ligação que tem com eles. Cada cavalo, para ele, não é
apenas um animal, mas um ser com alma, com uma história, uma extensão da sua própria
identidade.
O João Duarte é um
homem sério, honesto, e de uma integridade que, nos dias que correm, é cada vez
mais rara. É um exemplo de dedicação e paixão pela coudelaria, atributos que
fazem dele uma referência no mundo equestre. No entanto, ser uma pessoa de tão
grande caráter e princípios, infelizmente, também o torna alvo fácil para
aqueles que, por vezes, procuram tirar proveito da sua bondade. É triste
constatar que alguns se aproveitam da sua generosidade e confiança, mas tal é a
realidade que, inevitavelmente, acompanha as pessoas de coração nobre.
No entanto, é
importante salientar que, apesar de todas as dificuldades e injustiças, o João
Duarte nunca perdeu a sua essência.
Continua a ser o homem
íntegro e apaixonado que sempre foi, alguém que se dedica de corpo e alma
àquilo que ama e que, mesmo diante das adversidades, mantém sempre uma
determinação e um entusiasmo contagiantes. A sua resiliência é algo admirável,
e a maneira como lida com os desafios que a vida lhe impõe é um exemplo a
seguir, enfrentando as dificuldades com uma dignidade e uma serenidade que só
os grandes homens possuem.
Apesar de todas as
qualidades que o tornam único, é triste reconhecer que, ultimamente, não tenho
conseguido visitá-lo com a frequência que ele merece, especialmente agora, que
está a passar por problemas de saúde que o têm apoquentado. No entanto, as
minhas ausências não significam que o tenha esquecido, muito pelo contrário.
Tenho-o sempre presente nos meus pensamentos e no meu coração, e sei que é uma
questão de tempo até que possa compensá-lo por todas as visitas que lhe devo.
Prometo que muito em
breve voltarei a visitá-lo, não apenas para matar saudades, mas para expressar,
pessoalmente, o quanto a sua amizade e hospitalidade significam para mim. A
nossa ligação é muito mais do que uma simples amizade; é uma relação construída
com base no respeito mútuo, na admiração e na partilha de valores que ambos
prezamos. O João Duarte é, sem sombra de dúvida, um homem extraordinário, cujo
legado na coudelaria portuguesa permanecerá para sempre gravado na história e
na memória daqueles que tiveram o privilégio de o conhecer e de aprender com
ele.
Ao recordar as minhas
visitas aos Açores, não posso deixar de me sentir profundamente grato por todas
as experiências que o João Duarte me proporcionou. Ele não só me abriu as
portas da sua casa, como também do seu coração. As horas que passámos juntos, a
percorrer a sua coudelaria, a conversar sobre os cavalos e sobre a vida, são
memórias que guardarei para sempre com grande carinho. A sua sabedoria, o seu
conhecimento profundo sobre a coudelaria e, acima de tudo, a sua paixão, são
algo que me inspira profundamente e que me faz querer ser uma pessoa melhor.
O João Duarte é o tipo
de pessoa que deixa uma marca indelével na vida de quem o conhece. A sua
dedicação, não só à coudelaria, mas também aos seus amigos e à sua família, é
algo verdadeiramente admirável. Ele é um homem de princípios, cuja palavra é
sempre fiável e cujo caráter é inquestionável. Mesmo nos momentos mais
difíceis, ele mantém-se firme e fiel aos seus valores, uma qualidade que,
infelizmente, nem sempre é reconhecida como deveria ser.
É com um sentimento de
profunda admiração e gratidão que escrevo estas palavras sobre o João Duarte. Ele
é, sem dúvida, uma das pessoas mais extraordinárias que já tive o prazer de
conhecer, e sinto-me verdadeiramente afortunado por poder chamá-lo de amigo. A
sua coudelaria é um reflexo de tudo o que ele representa: dedicação, paixão, e
uma busca constante pela excelência. Cada visita que fiz à sua propriedade foi
uma lição de vida, uma oportunidade de aprender e de crescer, tanto no plano
pessoal quanto no profissional.
Ao concluir este texto,
faço questão de reiterar o meu compromisso de voltar a visitá-lo em breve. Sei
que estas palavras não substituem a presença física, mas espero que sirvam como
um pequeno testemunho do grande apreço e respeito que tenho pelo João Duarte. A
sua amizade é um tesouro que valorizo imensamente, e estou determinado a fazer
tudo o que estiver ao meu alcance para compensar as ausências dos últimos
tempos. Afinal, pessoas como ele são raras, e merecem todo o nosso
reconhecimento e carinho.
João Duarte,
agradeço-lhe por todas as boas memórias, por todas as lições e, sobretudo, por
ser quem é: um verdadeiro exemplo de nobreza, generosidade e dedicação. Que a
sua saúde melhore rapidamente, e que possamos, em breve, voltar a partilhar
aqueles momentos especiais que sempre fizeram das nossas visitas algo tão
significativo e memorável. Até breve, com a promessa de que as próximas visitas
serão tão ricas e gratificantes como sempre foram.
António Valente
quarta-feira, 14 de agosto de 2024
terça-feira, 30 de julho de 2024
sexta-feira, 26 de julho de 2024
segunda-feira, 22 de julho de 2024
A Coudelaria Lima Duarte, propriedade de João Duarte, uma vez mais, presente no "Guia Equestre de Portugal - 2024".
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Ao nosso Amigo MANUEL MORENO que quando soube da burla a que fomos sujeitos, esteve sempre do nosso lado, do lado da verdade!
Um Homem sério! Um Homem de Verdade! Obrigada Amigo!
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Anos 80, quando o João Duarte era Empresário da Praça de Toiros da Nazaré, numa das célebres Corridas de Toiros "Amizade Luso Brasileira".
João Duarte com o Comendador Joaquim Barahona e José Joaquim Pires.